Nos corredores da Clínica de Pediatria do Grupo Amhemed, um som diferente preenche o ar. São vozes e acordes que ultrapassam paredes, despertam sorrisos e criam conexões. A cena é parte das sessões de musicoterapia, prática que vem ganhando destaque como ferramenta essencial de humanização no atendimento infantil, especialmente para crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA).

A musicoterapia é uma abordagem terapêutica baseada em evidências científicas que utiliza elementos como som, ritmo, melodia e harmonia para estimular habilidades físicas, emocionais e cognitivas. “A música ajuda a expressar emoções, melhorar a comunicação, inclusive de crianças não verbais, e criar conexões afetivas. Também contribui para reduzir a ansiedade, favorecer a interação social e trabalhar a autorregulação”, explica a musicoterapeuta do Grupo Amhemed, Dra. Joselia Del.

Ao contrário das abordagens tradicionais da psicologia, que priorizam a fala e a cognição, a musicoterapia incorpora o corpo, os instrumentos e até a confecção de recursos com materiais recicláveis como canais de expressão e vínculo. “O som abre portas para o mundo interno da criança de uma forma não verbal, facilitando o acesso e o engajamento”, detalha a especialista.

De acordo com a musicoterapeuta, os progressos mais visíveis aparecem no contato visual, na atenção compartilhada e na iniciativa de dividir instrumentos. “É surpreendente quando uma criança que quase não fala começa a cantarolar, seguir ritmos ou reproduzir gestos musicais. É a música criando pontes”, afirma.

Outro diferencial está no trabalho multidisciplinar. No Grupo Amhemed, as sessões podem ocorrer de forma integrada com fonoaudiologia e terapia ocupacional, ampliando os efeitos positivos. “Músicas com comandos ajudam na coordenação motora, canções repetitivas fortalecem linguagem e memorização. Essa união entre família, escola e terapias é um dos pilares para o desenvolvimento”, finaliza Joselia.

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