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Piedade,04/07/2025

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Controle de gastos no Agro: priorização de investimentos é o caminho para crescer

Entidades apontam “cautela e gestão” como palavras-chave no agro; especialista explica como o controle de gastos pode levar a um bom gerenciamento das finanças no campo

Giovana Lino - Analista de PR Falconi
Controle de gastos no Agro: priorização de investimentos é o caminho para crescer Foto: Divulgação

O agronegócio brasileiro é um dos setores mais dinâmicos e estratégicos da economia nacional, sendo apontado como responsável pelos números positivos do PIB alcançados no primeiro trimestre de 2025. Segundo o IBGE, houve um avanço de 12,2% em comparação ao mesmo período de 2024 no produto interno bruto. Ainda assim, o setor enfrenta uma equação difícil: enquanto a demanda global por alimentos cresce e o Brasil mantém a liderança no campo, é comum que produtores e empresas esbarrem em entraves gerenciais que podem limitar sua capacidade de investir, inovar e crescer.

O crédito rural, por exemplo, apesar de essencial, continua envolto em burocracias, com a taxa Selic já em 15%, além de políticas públicas que, por vezes, não acompanham a realidade do setor. Atualmente, mudanças relacionadas aos Fundos de Investimentos nas Cadeias Produtivas Agroindustriais (Fiagros) entraram na pauta do governo e do Congresso como forma de aumentar a arrecadação do poder público, o que pode impactar produtores e investidores do setor.

São fatores que, muitas vezes, fogem ao controle dos produtores. A gestão financeira, no entanto, é o que ajuda os gestores a enfrentar os desafios internos. Segundo o vice-presidente da unidade de negócios especializada em Agronegócio da consultoria Falconi, Andre Paranhos, quando bem endereçada, essa gestão pode fazer toda a diferença.

VP de Agro da Falconi, Andre Paranhos

“Ainda é comum encontrar empresas operando sem um planejamento financeiro estratégico estruturado. Em muitas delas, especialmente nas de perfil familiar, os controles ainda são informais, e as decisões são tomadas mais com base na experiência do que em dados. Isso dificulta o acesso a crédito, compromete a previsibilidade do caixa e limita a capacidade de investir com segurança, podendo resultar, nos casos mais graves, em pedidos de recuperação judicial (RJ)”, explica Paranhos. Segundo a Serasa, em 2024, o número de solicitações de RJs abertas no agro dobrou em relação a 2023, saltando de 523 para 1.272.

Para mudar esse panorama, é preciso “cautela e gestão no agro”, termos destacados pela Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) para este setor em 2025. De forma prática, Paranhos reforça que é necessário adotar ações mais robustas de planejamento e controle financeiro, com análises periódicas de fluxo de caixa, margens de lucratividade e estrutura de custos. Além disso, segundo o executivo, também se faz necessário integrar a gestão financeira à estratégia do negócio, buscando compreender onde estão as oportunidades reais de investimento e quais riscos precisam ser mitigados.

“A análise sobre gastos futuros também não pode ficar de fora dessa equação. Por exemplo, mesmo com caixa positivo, nem sempre será necessário investir em novos maquinários, comprar novas propriedades, aumentar equipes ou realizar outras iniciativas estratégicas”, diz o VP da Falconi.

Por outro lado, a boa notícia é que a tecnologia pode ser uma aliada nesse processo. Soluções digitais permitem rastrear custos de produção com precisão, monitorar margens em tempo real e gerar dados e informações que ajudam na tomada de decisão. Sistemas integrados de gestão (ERPs), plataformas de agricultura digital e ferramentas de BI têm potencial para transformar o modo como as empresas do agro gerenciam seus indicadores financeiros.


Esse movimento, no entanto, exige uma mudança de mentalidade. Paranhos explica que será cada vez mais necessário que o produtor veja a gestão financeira não como uma etapa cheia de burocracias, mas como um caminho estratégico de geração de valor. Em um cenário onde as margens operacionais são cada vez mais apertadas, além da volatilidade nos mercados, quem tiver domínio sobre seus próprios custos, entender seus indicadores e planejar com inteligência estará sempre um passo à frente.

“Superar os gargalos externos ao setor é importante, mas, enquanto eles persistem, a gestão interna deve ser a alavanca que move o agro rumo a um novo patamar de competitividade e sustentabilidade”, finaliza o executivo.


Sobre a Falconi


Fundada no Brasil há quatro décadas, a Falconi é uma consultoria de gestão empresarial e de pessoas que usa tecnologia de ponta e inteligência de dados para acelerar a geração de valor sustentável para seus clientes. Com projetos em mais de 40 países, atua em 50 diferentes segmentos da economia, diferenciando-se pela capacidade de implementação de projetos em nível estratégico (estratégia, modelo de negócios e estrutura organizacional), tático (implementação e alinhamento de processos e metas) e operacional (alinhamento e acompanhamento de operações).

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